Descrição
Este livro pretende discutir o conceito de cultura material e problematizar as estratégias de pesquisa em design, procurando valorizar todas as pessoas envolvidas nas várias etapas de projeto, nas materialidades dos artefatos e na construção de significados. Retoma-se aqui, de modo crítico, a ideia tão cara a Daniel Miller de que as coisas que construímos, usamos e descartamos acabam, de alguma forma, por nos constituir como sujeitos. Evita-se a visão de design colado a posturas de um determinismo tecnológico, optando-se por sublinhar a agência das pessoas, as diferenças e as trocas culturais, as resistências e as negociações frente às relações de poder e às estruturas hegemônicas. Buscam-se novas interpretações e abordagens para a história do design, destacando as ações coletivas, as práticas cotidianas, as subjetividades imbricadas nas narrativas, as experiências vividas, as memórias de saberes e fazeres, as negociações diárias de processos construtivos, opções de materiais, aspectos simbólicos, disputas de representações de gênero, de raça e etnia, de classe, de gerações. Procura-se compreender como as instâncias do cotidiano são recriadas na memória, normatizadas pelas revistas de decoração, tensionadas e reinventadas por trabalhadores e trabalhadoras. Abordam-se no livro diferentes perspectivas em torno dos acervos, das coleções, dos registro de técnicas; redes sociais e espaços virtuais; o espaço urbano e os entrecruzamentos sociais, culturais, entre mídias e comunicação visual; o design de interiores, os arranjos domésticos e as revistas de decoração como mídias de estilos de vida.
